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domingo, 14 de março de 2010

Mulheres que tomam pílula podem viver mais

As mulheres que tomaram pílula anticoncepcional no final dos anos 60 viveram mais que as que não usaram este método, diz um novo estudo. Pesquisadores britânicos observaram mais de 46 mil mulheres por quase quatro décadas desde 1968 e compararam as mortes das que tomaram contraceptivos com as que não tomaram.

Na pesquisa, a maioria das mulheres consumiu o anticoncepcional por quatro anos. Os especialistas concluíram que este método contraceptivo reduziu o risco de morrer de câncer intestinal em 38%, e qualquer outra enfermidade, em 12%.
Ricardo Chaves /
Os resultados foram publicados na quinta-feira na revista médica BMJ.

Índices de morte um pouco mais elevados foram detectados em mulheres com menos de 30 anos que usavam pílula, mas ao chegarem aos 50, a tendência se reverteu. Os médicos não sabem exatamente por que a pílula poderia prolongar a vida. Elas têm hormônios sintéticos que inibem a ovulação, o que poderia influenciar na prevenção de certas doenças.

Estudos anteriores já haviam descoberto que a pílula não aumenta o risco de morte. Também apontaram que pderia proteger as mulheres do câncer de ovários e de endométrio, mas aumentaria levemente o risco de desenvolver células cancerígenas nos seios e no colo do útero. Além disso, é possível que as consumidoras sejam mais saudáveis do que as que não tomam anticoncepcionais.

Os pesquisadores não puderam desenvolver nenhuma hipótese de causa e efeito, porque o estudo só comparou as mulheres que estava usando pílulas com as que nunca haviam tomado.

– A longo prazo, os benefícios da pílula à saúde neutralizam seus riscos – assinalou Richard Anderson, ginecologista da Universidade de Edimburgo. O especialista não participou do estudo.

Porém, Anderson adverte que os resultados da investigação não podem se aplicar às mulheres que tomam as pílulas anticoncepcionais atuais, as quais poderiam representar riscos diferentes aos das predecessoras. Os perigos também podem aumentar conforme o momento em que se inicia o tratamento e o tempo que se toma.

– Muitas mulheres, especialmente aquelas que usaram a primeira geração de contraceptivos orais há muitos anos, se sentiram mais tranquilas com os resultados – disse em comunicado Philip Hannaford, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, que liderou o estudo.

Hannaford e seus colegas consideram que os perigos e benefícios associados aos comprimidos podem variar ao redor do mundo, pois dependem da maneira em que são consumidos e dos riscos que representam a cada paciente.

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