AFP
Logo do Google é refletido em prédio da companhia em Pequim
Além disso, surgiram outros sinais de que a China tem a intenção de punir a gigante da internet por sua ousada, mas arriscada decisão de publicamente confrontar a política chinesa de limitar o livre fluxo de informação.
Uma companhia de internet de Hong Kong chamada de TOM Online anunciou que não mais usaria o mecanismo de busca do Google.
Também se acredita que duas companhias estatais de telefonia celular - a China Mobile, com 500 milhões de usuários, e a China Unicom, a segunda maior do país - estão repensando seus contratos com o Google.
Redirecionamento das pesquisas
Na segunda-feira, o Google anunciou a suspensão da censura autoimposta às buscas feitas no site por internautas na China. "Hoje paramos de censurar nossos serviços de busca - Google Search, Google News e Google Imagens - no google.cn", disse o advogado David Drummond, em um post publicado no blog oficial da empresa.Segundo o anúncio, os usuários do site google.cn serão redirecionados ao site da empresa em Hong Kong, que oferece buscas em chinês simplificado.A empresa afirma que a decisão foi tomada depois de discussões com o governo chinês, que teria insistido que "a autocensura era um requerimento legal não negociável".
Em janeiro, a empresa havia anunciado que reveria suas operações na China após alegar que o Google, juntamente com outras 20 empresas americanas, sofreu um ataque de hackers proveniente da China.
Nesta terça-feira, o governo chinês disse que a decisão do Google de suspender sua censura à versão chinesa do site de buscas era "totalmente errada" e acusou a empresa de violar uma promessa escrita que havia feito ao país.
"O Google violou a promessa escrita feita quando a empresa entrou no mercado chinês ao parar de filtrar seu mecanismo de busca e culpar a China por supostos ataques de hackers", disse o oficial responsável pelo Escritório de Informação do governo chinês à agência Xinhua."Isso está totalmente errado. Nós somos completamente opostos à politização de assuntos comerciais e expressamos nosso descontentamento e indignação ao Google por suas acusações e ações sem razão", afirmou a autoridade.
Pequim disse, entretanto, que a decisão do Google não deve afetar as relações da China com os EUA.
*Com informações da BBC